segunda-feira, 18 de novembro de 2019

A visão de Paulo quanto ao seu ministério
Rom. 15:14-21.
Introdução:
A.  Sobre a Carta de Paulo aos Romanos:
1)    A carta de Paulo à igreja de Roma é um dos escritos mais importantes e profundos do Novo Testamento.
2)    Esta carta foi escrita por volta do 58, quando Paulo estava na cidade de Corinto.
3)    O tema desta carta é – A Justiça de Deus.
B.  Ao longo desta epístola, Paulo apresenta dois pensamentos fundamentais acerca da Igreja:
1)    A prioridade da Igreja – Adorar a Deus.
2)    E a finalidade da igreja – Pregar o Evangelho, sobretudo, onde Cristo ainda não foi anunciado.
C.  No texto que iremos considerar, Paulo apresenta uma visão do seu próprio ministério e ao propósito do mesmo – Anunciar o Evangelho onde Cristo não foi anunciado – V. 20 - Esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio;

Trans: Vejamos...

I. A Visão de Paulo Acerca da Igreja de Roma – Os crentes de Roma apresentavam maturidade em três áreas específicas da vida espiritual – V. 14 - E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros.
A.  Notem que Paulo destaca três áreas da vida cristã, nas quais, os cristãos de Roma demonstravam maturidade:
1)   Primeira Área – O exercício da bondade - V. 14a. - E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade.
2)   Segunda Área – Na posse do conhecimento espiritual – V. 14b. - Cheios de todo o conhecimento.
3)   Terceira Área – Na capacidade de admoestar uns aos outros – V. 14c. - Aptos para vos admoestardes uns aos outros.
B.  Um pequeno histórico acerca da igreja de Roma:
1)    A igreja de Roma não foi fundada por nenhum apóstolo ou líder da igreja primitiva.
2)    Muitos provavelmente, foram convertidos do dia de Pentecostes que, ao voltarem para a sua cidade, começaram a evangelizar e  fundaram a igreja.
3)    Interessante isso – Aqueles irmãos anunciaram a Cristo, onde Cristo ainda não havia sido anunciado.
C.  Prevalece na Igreja a visão de que o trabalho de missões, de evangelização, de fundação de igrejas; depende indubitavelmente dos pastores e missionários oficiais:
1)    Sem desmerecer o trabalho dos pastores e missionários, mas ao longo da história, o trabalho de evangelização tem sido feito, seguindo o exemplo da igreja de Roma – Crentes que evangelizam.
2)    Foi assim desde o princípio:
1.   Quando sobreveio a grande perseguição à Igreja primitiva, os cristãos de Jerusalém foram dispersos – Atos 8:1b. - Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria.
2.   Estes cristãos foram por toda parte, pregando o Evangelho - Atos 8:4 - Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra.
3.    Foi assim também na cidade de Antioquia:
a)    A igreja de Antioquia que se tornou uma das mais importantes daquele tempo, não foi fundada por nenhum dos apóstolos dos grandes líderes – Foi fundada por crentes do povo.
b)   Vejam – Atos 10:19-21 - 19 Então, os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. 20 Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus. 21 A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor.
D.  A visão de que Jesus deve ser anunciado, onde ainda não foi anunciado, precisa ser assimilada, não somente por pastores e missionários, mas, principalmente, igreja.

II. A Visão de Paulo Acerca do suporte do Seu Ministério – A Graça de DeusV. 15 - Entretanto, vos escrevi em parte mais ousadamente, como para vos trazer isto de novo à memória, por causa da graça que me foi outorgada por Deus.
A.  Paulo reconhecia que o seu ministério era sustentado pela graça de Deus - 1 Coríntios 15:10a. - Mas, pela graça de Deus, sou o que sou.
B.  Como Paulo viveu na chamada época apostólica, ele destaca os sinais que Deus operou por meio dele, pelo poder do Espírito Santo – V. 19a. - Por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo.
C.  Mas, não é só o ministério de Paulo – Em qualquer tempo e em qualquer lugar, é a graça de Deus que nos sustenta.
D.  Senão vejamos:
1)    É a graça de Deus que abre portas para a obra missionário:
1.    Os desafios de missões são tremendos:
a)    A seara é grande.
b)    Os trabalhadores são poucos.
c)    Os recursos são escassos.
d)    A maldade humana é abundante.
2.    Mas, a obra é de Deus – A sua graça é o suporte – Rm. 5:20b. - Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça.
2)    É Deus quem dispõe os recursos:
1.   1. Ts. 5:24 - Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.
2.   Fp. 2:13 - Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.
3)    É Deus quem busca o pecador e o alcança com a sua Graça irresistível:
1.    Ouçamos isso:
a)      1. Jo. 4:19 - Nós amamos porque ele nos amou primeiro.
b)      João 6:44 - Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
c)      João 6:37 - Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.
2.    Vemos isto muito claramente na conversão de Lídia, a vendedora de púrpura da cidade de Tiatira - Atos 16:14 - Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia.
4)    Precisamos crer que Deus continua salvando pecadores e enviando-os, aos campos missionários.
5)    Dois pressupostos do fato que é a graça de Deus que nos sustenta:
1.   Não há motivos para desânimo – 1. Cor. 15:58 - Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.
2.    Não há lugar para a glória do homem – Vs. 17-18 - 17 Tenho, pois, motivo de gloriar-me em Cristo Jesus nas coisas concernentes a Deus. 18 Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras.
6)    É necessário lembrar que Deus utiliza a instrumentalidade humana, mas somente Ele pode fazer a sua obra prosperar – 1. Cor. 3:6 - Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus.

III. A Visão de Paulo Quanto ao Seu Chamado - V. 16 - Para que eu seja ministro de Cristo Jesus entre os gentios, no sagrado encargo de anunciar o evangelho de Deus, de modo que a oferta deles seja aceitável, uma vez santificada pelo Espírito Santo.
A.   Ele foi chamado para ser ministro de Cristo - V. 16a. - Para que eu seja ministro de Cristo Jesus entre os gentios.
1)    Ele sabia que fora escolhido por Deus.
2)   Isto faz toda diferença, pois quem tem ciência que foi chamado por Deus, não se dobra aos caprichos humanos – Gl. 1:10 - Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.
B.   Ele foi chamado para anunciar o Evangelho – V. 16b. - No sagrado encargo de anunciar o evangelho de Deus.
1)   Paulo recebeu de Deus uma missão bem específica – Pregar o Evangelho.
2)   A esta mesma igreja, ele escreveu Rom. 1:1 - Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus.
3)   E à Igreja de Éfeso, ele escreveu - Efésios 3:8 - A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo
C.   Ele foi chamado para oferecer uma oferta aceitável a Deus – V. 16c. - De modo que a oferta deles seja aceitável, uma vez santificada pelo Espírito Santo.
1)    A oferta agradável a ser oferecida a Deus era a salvação dos gentios.
2)    Aí, você entende por que Paulo não fez uso de oba-oba ou de artificialismo.
3)    Ele desejava ver pessoas realmente transformadas.
4)    A Paulo não interessava ver, mesmo que fosse uma multidão de pessoas, que não fosse verdadeiramente convertida.
5)   Ele pregava o Evangelho, na perspectiva de que as pessoas fossem feitas obedientes a Deus, em Palavras e em obras – V. 18 - Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras,

IV. A Visão de Paulo Quanto aos Povos Não Alcançados – Alcançá-los e Pregar o Evangelho a Povos - Vs. 19b-20 – 19b. - De maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo, 20  esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio.
A.  De fato, Paulo pregou o Evangelho para povos não alcançados – V. 19b. - De maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo.
1)    Ele menciona:
1.    Jerusalém.
2.    Circunvizinhanças.
3.    E o Ilírico:
a)    Uma grande extensão territorial.
b)    Este território compreende hoje:
a.    Albânia.
b.    Bôsnia.
c.     E Croácia.
2)    Podemos dizer que Paulo pregou de Jerusalém, até aos confins da terra – Como Jesus ordenou em – Atos 1:8.
B.  A preocupação de Paulo era com os povos não alcançados – V. 20 - Esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio.
1)    Paulo empreendeu três viagens missionárias – Podemos destacar suas atividades em:
1.    Antioquia da Síria
2.    Salamina.
3.    Antioquia da Písidia.
4.    Icônio.
5.    Listra.
6.    Derbe.
7.    Filipos.
8.    Tessalônica.
9.    Bereia.
10.                      Atenas.
11.                      Corinto.
12.                      Éfeso
2)    Cabe destacar que em momento algum, Paulo nos dá entender que a sua missão era fácil:
1.    Ele diz que fazia um esforço – V. 20a. - Esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho...
2.    A dinâmica de Paulo era a seguinte:
a)    Ao chegar em cidade, ele se dirigia à sinagoga – Seu alvo eram os judeus e prosélitos.
b)    Invariavelmente, os judeus fanáticos se rebelavam contra ele.
c)    Ele precisava fugir.
3.    Alguns exemplos de atos de perseguição contra Paulo:
a)    Em Listra – Ele foi apedrejado e dado como morto.
b)    Em Filipos – Ele e Silas foram açoitados com vara e presos a um tronco.
c)    Em Tessalônica – Ele precisou fugir à noite.
4.   Até que ele foi levado preso, para a cidade de Roma e compreendeu que seria martirizado – 2. Tim. 4:6 - Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado.
5.   Mas, aí, ele ressalta o seu sentimento do dever cumprido – 2. Tim. 4:7 - Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.
3)   Paulo enfatiza o seu esforço de pregar o Evangelho, onde Cristo não fora anunciado - V. 20 - Esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio.
4)    Onde estão os povos não alcançados?
1.    O missionário Ronaldo Lidório destaca os segmentos menos evangelizados do nosso país:
a)    Em primeiro lugar - Os indígenas – Há no Brasil 121 etnias ou tribos indígenas sem nenhum conhecimento do Evangelho.
b)    Em segundo lugar – As populações ribeirinhas – Há no Brasil cerca de 10 mil comunidades ribeirinhas sem igrejas.
c)    Em terceiro lugar – Os ciganos – Há no Brasil cerca de 1,2 milhões de ciganos, dos quais, 700 mil não conhecem os Evangelho.
d)    Em quarto lugar – Os quilombolas – Estima-se que há em nosso país 600 comunidades sem a presença de igreja.
e)    Em quinto lugar – Os sertanejos – Há pelo menos 6 mil comunidades ou assentamentos sem a presença de um só evangélico.
f)       Em sexto lugar – Os imigrantes – Há no Brasil imigrantes de pelo menos 100 países, dos quais, 27 são oriundos de nações onde é proibido pregar o Evangelho.
g)    E em sétimo lugar – Os mais ricos dos mais ricos e os mais pobres dos mais pobres, como moradores de rua.
2.    Contudo, os povos não alcançados podem estar:
a)    Na nossa cidade.
b)    No nosso ambiente de trabalho.
c)    Na nossa rua.
d)    Ou até mesmo, dentro da nossa própria casa.
3.    Isso nos leva pensar na situação do Sertão nordestino – Ouçam isso:
a)    É a região que possui a menor porcentagem de evangélicos – 13%.
b)    Segundo dados do censo do IBGE – Ano 2010, no Brasil, este percentual é de 22.2%.
c)    71% das cidades menos evangelizadas do Brasil estão no sertão nordestino.
d)    Das 485 cidades menos evangelizadas do Brasil, 343 estão no sertão nordestino
e)    A Paraíba, por exemplo, é o estado brasileiro com menor presença evangélica – Possui 84 municípios, com menos de 3% de evangélicos. (A Paraíba possui 223 municípios).
f)       Estima-se que haja no sertão nordestino, pelo menos, 10 mil localidades, onde Cristo nunca foi anunciado.
C.  O que foi que Paulo fez? Esforçou-se para alcançá-los - V. 20 - Esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio.
1)    É preciso esforçar-se em prol da evangelização dos povos não alcançados.
2)   O imperativo de Jesus é – Mc. 16:15 – Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.

V. Finalmente, Paulo anuncia uma grande bênção – A Salvação dos pecadores - V. 21 - Antes, como está escrito: Hão de vê-lo aqueles que não tiveram notícia dele, e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito.
A.  Estas palavras são originalmente do profeta Isaías – Is. 52:15 - Assim causará admiração às nações, e os reis fecharão a sua boca por causa dele; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão.
B.  Qual é a grande bênção? – A Salvação dos pecadores.
C.  Isto é:
1)    Os que nunca tiveram notícia de Jesus, hão de vê-Lo.
2)    Os que nunca tinham ouvido o Evangelho, hão de compreender e crer no Evangelho.
D.  Você crê nesta promessa? - Salmos 126:6 - Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.
E.  Apesar da grande carência do sertão nordestino, há sim, igreja firmes e vibrantes, que juntamente com seus pastores estão se esforçando para anunciar Cristo, onde Cristo ainda não é conhecido.

Conclusão:
A.  No que se refere a missões, há um problema que assola a Igreja – A falta de compaixão dos cristãos.
B.  Nós estamos muito focados em nossas próprias vida, talvez por pensarmos que Deus somente se importa com a sua Igreja.
C.  Mas, o próprio Jesus nos exorta a uma postura ativa:
1. Olhar para os povos não alcançados.
2. Ir aos povos não alcançados.
3. E evangelizar os povos não alcançados.
Pr. Hiramar Paiva, 18/11/19.