sábado, 26 de março de 2016

O Sofrimento e o Triunfo do Servo de Deus
Is. 52:13-53:12
Introdução:
A.  O texto que temos diante de nós, apresenta com nitidez impressionante a narrativa do sofrimento e do triunfo do Filho de Deus.
B.  Embora tenha vivido, cerca de oito séculos antes de Cristo, o profeto Isaías fez um relato tão preciso dos acontecimentos relacionados à morte e a ressurreição de Jesus Cristo, como se fora uma testemunha ocular dos fatos.
C. Neste texto, é possível ver o sofrimento e o triunfo de Jesus, que aqui é chamado de servo, do ponto de vista do homem e do ponto de vista de Deus.
I. O Servo visto pelos homens – Rejeitado e desprezado - Vs. 1-3:
A.  Ele era o foco principal de uma mensagem aparentemente absurda demais para ser aceita – V. 1 - Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR?
1)  O apóstolo destaca o parecer dos homens em relação a mensagem da cruz:
1.  Para os judeus era um escândalo – 1 Cor. 1:23a. - Mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus.
2.  Para os gentios era uma loucura – 1 Cor. 1:23b. - Loucura para os gentios;
2)  E para nós, o que esta mensagem representa? Ainda hoje as palavras do profeta fazem sentido – V. 1a. - Quem creu em nossa pregação?
B.  Ele não possuía nenhum atrativo – V. 2 - Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.
1)  A figura empregada aqui é a de um frágil broto que sai de um toco de árvore – V. 2a. - Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura.
2)  Por isso, os homens não viram nada n’Ele que os agradassem – V. 2b. - Olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.
C. Assim, os homens preferiram não acreditar que Ele fosse o Filho de Deus - V. 3 - Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.
1)  Notem isso:
1.  Ele foi rejeitado – V. 3a. - Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens.
2.  Ele foi submetido a grandes sofrimentos – V. 3b. - Homem de dores e que sabe o que é padecer.
3.  Os homens preferiram ignorá-lo – V. 3c. - E, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.
2)  Prova de que os homens preferiram não acreditar que Jesus era o Filho de Deus: Ainda hoje, os judeus estão esperando a vinda do Messias.
II. O Servo visto por Deus – Seria o Redentor vicário - Vs. 4-6:
A.  Ele é o Redentor vicário – V. 4 - Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
1)  O significado da palavra Vicário:
1.  Àquele que faz as vezes do outro.
2.  Àquele que assume o lugar do outro.
3.  Àquele que recebe a punição pelos pecados cometidos por outras pessoas.
2)  Pedro descreve assim o ato vicário de Jesus – 1 Pe. 3:18 - Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos. 
B.  Ele sofreu em nosso lugar – V. 5 - Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
1)  Traspassado – Significa: Furado.
2)  Moído – Significa: Totalmente esmagado.
3)  O castigo que nos traz a paz – Significa: O castigo que nos proporcionou a Deus – Jo. 14:27 - Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
C. Ele levou sobre si, a punição dos nossos pecados - V. 6 - Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
III. Os sofrimentos do Servo visto pelos homens – Os seus sofrimentos seriam uma trágica infelicidade, um grande  fracasso - Vs. 7-9:
A.  Ele não abriu a sua boca para se defender – V. 7 - Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
1)  Jesus não abriu a sua boca para se defender perante:
1.  Caifás.
2.  Herodes.
3.  E Pilatos.
2)  Isso causou admiração de Pilatos – Mt. 27:12-14 – 12 E, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. 13 Disse-lhe então Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti? 14 E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o presidente estava muito maravilhado.
B.  Ele foi condenado à morte por ato judicial – V. 8 - Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido.
C. Ele foi morto ente dois bandidos e sepultado na sepultura de um homem rico – V. 9 - Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.
1)  O Evangelho de Lucas narra a morte de Cristo entre dois malfeitores – Lc. 23:33 - E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
2)  Mateus narra o seu sepultamento, na sepultura de um homem rico, chamado José de Arimateia – Mt. 27:57-60 – 57 E, vinda já a tarde, chegou um homem rico, de Arimatéia, por nome José, que também era discípulo de Jesus. 58 Este foi ter com Pilatos, e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que o corpo lhe fosse dado.
59 E José, tomando o corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol,
60 E o pôs no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha, e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se.

IV. Os sofrimentos do Servo vistos por Deus – A redenção dos pecadores e o seu triunfo sobre a morte - Vs. 10-12:
A.  A morte de Cristo não foi um incidente, mas ele foi entregue, como oferta pelos nossos pecados – V. 10 - Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos.
1)  A Bíblia mostra como o sofrimento e a morte de Jesus fazem parte do desígnio de Deus para salvar a humanidade.
2)  Pedro disse – Atos 2:23 - A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos.
B.  Pela sua morte, o Servo trouxe a justificação aos homens – V. 11 - Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.
C. Ele venceu a morte e se tornou o Salvador do mundo – V. 12 - Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.
D. Três momentos da obra de Cristo:
1)  Na cruz do Calvário – Jo. 19:30 - E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
2)  O túmulo vazio – Mt. 28:6 - Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia.
3)  Assentado à destra de Deus, salvando e intercedendo – Rm. 8:34 - Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. 
Conclusão:
A.  O sofrimento de Jesus foi indescritível, mas a sua vitória foi colossal.
B.  Ele é o Filho de Deus que se fez homem e servo e que sofreu, morreu e ressuscitou para ser o Salvador do mundo.
C. Is. 52:13-15 – Diz - 13 Eis que o meu Servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e será mui sublime. 14 Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência, mais do que a dos outros filhos dos homens), 15 assim causará admiração às nações, e os reis fecharão a sua boca por causa dele; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão.
Pr. Hiramar Paiva, sábado, 26 de março de 2016.